A casa precisa ter a identidade do dono. Nada como ter peças únicas, às vezes encontradas em lugares nada convencionais e até mesmo improváveis, como pela rua, numa caçamba de lixo. Se não tiver a sorte de esbarrar em algo inusitado por aí, a visita a um antiquário, topa tudo, cemitério de azulejos , feiras ou mesmo um brechó pode ser reveladora. A exigência é ter olhar apurado para descartar o velho do vintage, o legal do brega, o divertido e kitch do sem noção. Não é missão fácil. É preciso conhecer e saber o que procura para não cair na arapuca da compra errada. Criatividade é fundamental para explorar a beleza e a história que aquele objeto, adorno ou móvel carrega por anos. Enfim, garimpar peças em lugares especiais é superbacana, desde que saiba escolher o que levar para casa.
Se não tem ideia do que fazer, contrate um profissional da área para dar dicas e acompanhá-la. Ainda que tenha muita quinquilharia, que muitos lugares apostem mais em objetos comerciais e funcionais, com paciência é possível encontrar peças inéditas que vão fazer a diferença. Atenção com a qualidade e a mistura de estilo agregado a preço baixo, garimpar e pechinchar são investimentos para decorar sua casa de forma moderna.
A arquiteta Marina Dubal, do escritório Dad Arquitetura & Design, enfatiza que o exagero é grande risco do garimpo, por isso a importância de já tê-lo na concepção do projeto. “O excesso pode transformar o ambiente num museu ou deixá-lo temático. A regra básica é apostar numa peça-chave, que vai ficar num lugar estratégico. Precisa ser pontual, um detalhe, independentemente da peça, objeto, adorno ou móvel ter uma função ou ser apenas decorativo.” De cristais a pratas até engradado de bebidas, as opções são as mais variadas. Por isso, o cuidado. “Garrafas antigas servem de vasos, a vitrola é quase um móvel, o rádio é um adorno. Encontramos todo tipo de objeto, dos clássicos aos descolados. A orientação do profissional é importante porque um engradado de refrigerante não vai ficar bem do lado de um tapete persa. Se a decoração é clássica, a quebra na decoração, sempre bem-vinda, pode ir, por exemplo, para a cozinha gourmet, que não é tão rígida.”
Para não errar na compra
» Compre de acordo com seu estilo, necessidade e gosto
» Móveis antigos costumam ser únicos, por isso vale investir
» Os preços variam, logo avalie o custo-benefício
» Leve em conta na hora de comprar móveis e artefatos de outras décadas, como raridade, valor histórico e estilo de uma época como art déco e art nouveau
» A demanda por determinados artigos influência no preço. Se uma novela é ambientada numa época com peças antigas, a procura aumenta
» Quanto mais antigo, mais valorizado. Fuja da réplica, que vale menos, e de peças velhas, bem diferente das antigas
» Detalhes que valorizam: gavetas do tipo malhete , entalhes profundos e minuciosos na madeira, riqueza de peças em bronze e pé palito
» Peças versáteis: cômodas, criados-mudos, cadeiras e aparadores
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